Nefrolitíase – Cálculo Renal
A nefrolitíase ou cálculo renal é um problema comum do trato urinário. Acomete aproximadamente 10 % da população mundial em algum momento de sua vida. Apresenta predomínio do sexo masculino, sendo que a faixa etária mais acometida compreende entre os 20 e 50 anos de idade.
Outro dado importante é o alto índice de recorrência. Um ano após o primeiro episódio de crise, 15% dos pacientes irão apresentar novos cálculos; em 5 anos a recorrência pode chegar a 35 – 40% e no final de 10 anos este índice pode chegar a 50%.
A maioria dos cálculos surge nos rins, mas podem se formar em qualquer nível do sistema urinário. Além disso, podem migrar causando os sintomas de cólica nefrética. Citamos a dor na região lombar, lateral e baixa do abdômen e nas partes íntimas. A intensidade pode ser leve, mas a maioria dos casos é relacionada a dores importantes. Pode-se observar urina com sangue ou mesmo extrusão do próprio cálculo.
Fatores que propiciam a formação de cálculos:
- Concentração aumentada dos constituintes dos cálculos na urina.
- Alterações no pH urinário.
- Volume urinário diminuído
- Presença de bactérias que influenciam a formação de cálculos
- Redução de inibidores de formação de cristais na urina.
- Defeitos genéticos
Dentre as principais causas devemos salientar o erro alimentar como o maior fator de risco para a formação de cálculos renais.
Há quatro tipos principais de cálculos:
- Oxalato de cálcio e fosfato (70%)
- Fosfato – Magnésio – Amônio (Estruvita ou Triplo) (15-20%)
- Ácido úrico (5-10%)
- Cistina (1-2%)
Os cálculos de Oxalato de Cálcio, que representam a maioria dos casos, podem aparecem em decorrência do aumento de concentração de cálcio na urina. Temos uma pequena porcentagem se associa a alterações de cálcio no sangue (hipercalcemia). Até 20% dos casos são associados ao aumento de excreção urinária de ácido úrico.
Os Cálculos de Fosfato – Magnésio – Amônio são formados após infecções por bactérias clivadoras de uréia, que convertem a uréia em amônia. A urina resultante causa a precipitação dos sais de fosfato – magnésio – amônio. São cálculos coraliformes, pois ocupam grande parte da pelve renal.
Os Cálculos de Ácido Úrico são comuns em pacientes com elevação de ácido úrico no sangue (hiperuricemia), como na gota, e em doenças que envolvem um rápido turnover celular. Em outros casos de cálculos de ácido úrico acredita-se em uma tendência à secreção de urina com pH abaixo de 5,5 ocorrendo uma predisposição de formação desses cálculos, já que o ácido úrico não é insolúvel em urina relativamente ácida.
Os Cálculos de Cistina são causados por defeitos genéticos na reabsorção renal de aminoácidos, incluindo a cistina, levando à cistinúria.
O Manejo do cálculo do sistema urinário se divide em:
– Tratamento Hospitalar em Crise (Cólica Nefrética): normalmente no Pronto-Socorro. Realizado tratamento medicamentoso e exames complementares para diagnóstico e avaliação de gravidade da crise. Pode ser necessária avaliação de um Urologista.
– Tratamento Ambulatorial. Após diagnóstico de Litíase renal é necessário o acompanhamento com o urologista e com o NEFROLOGISTA.
O papel do NEFROLOGISTA é a avaliação dos fatores que contribuam para a formação de cálculos, objetivando impedir o crescimento dos pré-existentes ou o formação de novos cálculos.
Para as pessoas que apresentam cálculos renais é primordial uma avaliação especializada com o Nefrologista.